19 setembro 2010

A história de uma vaga sensação

E uma sensação de nostalgia invade o éter
Se o éter existe
E com ele o ronronar dos pés dormentes
e o mundo a ir-se
fluidamente;
e aquele pensamento
incómodo e reiterativo,
porque obsessão,
onde estarão as chaves do carro
e o próprio carro
e se eu não voltar aqui
para um mundo onde possa haver
a dormida esperança
e a dormente ilusão.

E uma sensação de enfermagem
e da inutilidade do órgão
a dispensabilidade da função
a urgência do acto.

No dia seguinte evaporara-se
Para a terra do coisíssima nenhuma
Se o a nada existe e com ele os pés enfim adormecidos.